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Relatório da CEPAL analisa a política comercial dos Estados Unidos e seu endurecimento com relação à América Latina e ao Caribe

22 de março de 2018|Notícias

O governo Trump se concentrou em evitar os acordos multilaterais de livre comércio e tornou mais estritas as políticas de imigração, segundo o estudo.

Um relatório elaborado recentemente pelo Escritório da CEPAL em Washington apresenta um balanço dos fatos mais relevantes nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a região da América Latina e Caribe e das medidas que impedem o livre fluxo de bens entre os países do hemisfério ocidental.

O relatório Evolução do Comércio Estados Unidos-América Latina e Caribe 2016-2017 (disponível somente em inglês) explica que o comércio figura notavelmente na agenda econômica do novo governo. A Agenda de Política Comercial do Presidente reforça o enfoque na defesa dos interesses dos Estados Unidos através da promoção do comércio livre e justo ao identificar quatro prioridades: promover a soberania dos Estados Unidos, fazer cumprir as leis de comércio dos Estados Unidos, sustentar sua força econômica para expandir a exportação de bens e serviços e proteger os direitos de propriedade intelectual do país.

Em particular, o governo indicou que serão evitados os acordos multilaterais de livre comércio, serão priorizadas as negociações comerciais bilaterais e a redução do déficit comercial dos Estados Unidos será um objetivo central de sua política comercial, segundo o relatório da CEPAL.

Acrescenta que uma variedade crescente de atividades econômicas está sendo transferida ao âmbito digital (on-line), abrangendo várias tecnologias da informação e comunicação (TIC) que têm um impacto transformador na maneira de fazer negócios e na interação das pessoas entre si e com o governo e as empresas. As exportações dos Estados Unidos relacionadas com o comércio digital estão aumentando, junto com o investimento estrangeiro direto (IED) nesses setores. O relatório deste ano analisa a importância do comércio digital para a economia dos EUA, bem como algumas das barreiras que podem estar impedindo o crescimento da economia digital.

Outros acontecimentos relevantes para a região incluem uma estratégia de vários anos para o Caribe desenvolvida pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, em coordenação com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, com o fim de melhorar a segurança e prosperidade da região caribenha e, por sua vez, a dos Estados Unidos. O objetivo dessa estratégia é impulsionar o crescimento e a geração de emprego por parte do setor privado, a diversificação energética, as reformas regulatórias e as parcerias públicas-privadas no Caribe, bem como maximizar as parcerias entre os Estados Unidos e o Caribe em matéria de saúde e educação.

Com respeito à América Central, o relatório recorda que os Estados Unidos realizaram, junto com o México, a Conferência sobre Prosperidade e Segurança na América Central, em junho de 2017. Foi a primeira reunião de alto nível entre as autoridades da América Central e o governo Trump e buscava marcar o rumo da relação para os próximos anos.

Além disso, o Presidente Trump esboçou uma nova política para Cuba, que reverteu parcialmente a política de abertura do governo Obama. Com respeito às viagens, o Presidente Trump cancelou a diretiva que permitia aos indivíduos planejar suas próprias viagens a Cuba. Os cidadãos dos Estados Unidos poderão seguir viajando a Cuba em grupo e com fins educativos ou profissionais.

O estudo aborda também os temas de imigração, indicando que em maio de 2017 o Departamento de Segurança Nacional (DHS) concedeu uma extensão de seis meses aos 58.000 imigrantes haitianos que estavam vivendo nos Estados Unidos sob o Status de Proteção Temporária (TPS) desde o devastador terremoto de 2010, declarando que as condições em sua pátria não são suficientemente estáveis para obrigá-los a voltar.

Em outubro o DHS decidiu cancelar o TPS para cerca de 5.300 nicaraguenses que haviam recebido refúgio temporário depois do furacão Mitch em 1998, junto com cidadãos de Honduras e El Salvador. Além disso, o TPS expirou para El Salvador em janeiro 2018, afetando cerca de 200.000 salvadorenhos.