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A CEPAL identifica espaços e áreas de oportunidade para a colaboração e o investimento na antessala da Cúpula entre a América Latina e o Caribe e a União Europeia

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14 de julho de 2023|Comunicado de imprensa

Um novo documento analisa 14 áreas de oportunidade para a dinamização do crescimento e a transformação dos modelos de desenvolvimento.

Um novo documento elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) identifica e analisa diversas áreas para a colaboração e o investimento em setores estratégicos entre a América Latina e o Caribe e a União Europeia, ao mesmo tempo que oferece alguns diagnósticos, identifica oportunidades e propõe agendas de trabalho e políticas para sua expansão e aprofundamento no futuro, a fim de obter uma transição sustentável e inclusiva.

A publicação intitulada Oportunidades para o investimento e a colaboração entre a América Latina e o Caribe e a União Europeia é uma contribuição da CEPAL para a Cúpula de Chefes de Estado e Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia, realizada nos dias 17 e 18 de julho em Bruxelas, Bélgica.

“A CEPAL elaborou este documento a fim de contribuir para um melhor entendimento dos espaços de oportunidade com que contam ambos os blocos de países para dinamizar o crescimento e o emprego, enfrentar os enormes desafios do cenário atual e reforçar o apelo à ação e cooperação internacional para superar limitações, aproveitar oportunidades e criar espaços de esperança”, afirmou José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário Executivo do organismo regional das Nações Unidas, presente em Bruxelas durante a reunião bi-regional.

A publicação insta o fortalecimento das relações entre a América Latina e o Caribe e a União Europeia e analisa 14 áreas de oportunidade para a dinamização do crescimento e a transformação dos modelos de desenvolvimento, que poderão fazer das parte das apostas produtivas dos países da região e seus territórios no âmbito de suas políticas de desenvolvimento produtivo.

Estes setores incluem: a transição energética, a eletromobilidade, a economia circular, a bioeconomia, a reacomodação geográfica da produção, a indústria farmacêutica e de ciências da vida, a indústria de dispositivos médicos, a exportação de serviços modernos habilitados pelas tecnologias da informação e comunicação (TIC), a fabricação avançada, a igualdade de gênero e a sociedade do cuidado, a gestão sustentável da água, o turismo sustentável, o governo digital e a segurança alimentar.

“Estas áreas de oportunidade são meramente ilustrativas e poderiam ser adicionadas outras. Todas elas abrem novas oportunidades, não só para o investimento e o crescimento, mas também para a colaboração e as parcerias estratégicas no âmbito internacional”, sublinha o documento.

A publicação destaca que, em matéria comercial, atualmente a União Europeia tem acordos comerciais vigentes com 25 países da América Latina e do Caribe, número que se ampliaria para 29 países ao se concretizar a assinatura e entrada em vigor do acordo alcançado com o MERCOSUL em 2019. Isso converte a União Europeia no parceiro extrarregional com a maior rede de acordos na região.

Acrescenta que ambas as regiões enfrentam um cenário internacional turbulento, marcado pelas tensões entre os Estados Unidos e a China, a deficiência do sistema multilateral de comércio e as perturbações nas cadeias mundiais de abastecimento provocadas pela pandemia de COVID-19 e pela guerra na Ucrânia.

Neste contexto, a rede de acordos comerciais existente constitui um valioso ativo para ambos os blocos, já que pode reforçar suas respectivas iniciativas orientadas a alcançar uma maior autonomia estratégica ao oferecer não só oportunidades de exportação, mas também um abastecimento confiável de produtos essenciais.

O documento sublinha que a dinamização dos investimentos entre ambos os blocos e o fortalecimento dos vínculos produtivos podem reforçar uma parceria estratégica que ajude os países da região no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e apoie a União Europeia no fortalecimento de sua presença internacional.

Além disso, destaca que “num contexto em que todos os países em geral, em particular os países desenvolvidos que contam com poucos recursos, aprofundam os esforços de política industrial, será fundamental que a região não só amplie e implemente de maneira mais estratégica seus próprios esforços nesta matéria, mas também procure se vincular com as políticas industriais dos outros países. Uma forma pela qual se pode fazer isto é precisamente mediante a atração de investimento e a colaboração”, assinala.

Finalmente, a publicação reafirma que “será crucial alinhar as oportunidades de investimento e colaboração entre a União Europeia e os países da América Latina e do Caribe com as prioridades produtivas definidas pelos países no âmbito de suas políticas industriais ou de desenvolvimento produtivo, tanto no âmbito nacional como subnacional”.