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Complementaridade na agenda social da América Latina e do Caribe

2 de junho de 2014|Coluna de opinião

Coluna de opinião de Martín Hopenhayn, Diretor da Divisão de Desenvolvimento Social da CEPAL, publicada em Notas da CEPAL Nº 80 (junho 2014).

Em uma das resoluções mais importantes do Trigésimo quinto período de sessões da CEPAL, realizado recentemente em Lima, os governos dos países da região aprovaram a criação da Conferência Regional sobre Desenvolvimento Social da América Latina e do Caribe, que se transformará em um novo órgão subsidiário desta comissão regional das Nações Unidas.

Não é casualidade que na atual inflexão histórica os países da região subscrevam um acordo para estabelecer esta conferência.  Ratifica que o social tem ganhado protagonismo e centralidade nas agendas tanto nacionais como regionais, e que os países procuram fomentar aprendizagens mútuas e transferências de capacidades entre eles.

A CEPAL tem contribuído para esta centralidade da agenda social apoiando os países na implementação de sistemas de proteção social e de cuidado, bem como no estudo de políticas redistributivas. O forte impulso que nossa instituição tem dado aos temas sociais, com uma visão de cooperação, transferência e intercâmbio, e o anseio dos países por terem uma conferência regional que trate destes assuntos, são marcos que se reforçam mutuamente.

A conferência contribuirá ao progresso das políticas e atividades de desenvolvimento social e buscará promover a cooperação internacional, regional e bilateral entre os serviços e instituições nacionais e os organismos internacionais e regionais para facilitar a transferência de conhecimento.

A nova instância, que será celebrada a cada dois anos e cujo primeiro encontro no Peru, no segundo semestre de 2015, servirá ainda para examinar a pobreza multidimensional e avançar na medição da pobreza, da desigualdade e das brechas estruturais, temas que em nossa região estão no cerne das preocupações por um melhor desenvolvimento.

Com esta conferência, a arquitetura intergovernamental da CEPAL reforça o sentido de complementaridade de suas tarefas, uma vez que realizará trabalhos em conjunto com outros órgãos já existentes, como a Conferência Estatística das Américas (CEA-CEPAL), a Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, e a Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe, entre outros.

De igual forma, a Conferência de Desenvolvimento Social fomentará sinergias com outros fóruns regionais, como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), e contribuirá com uma ótica regional aos debates e propostas que examina a Comissão de Desenvolvimento Social das Nações Unidas.

Fica evidente que na América Latina e no Caribe chegou a hora da igualdade. Este é nosso horizonte. A nova Conferência de Desenvolvimento Social será, sem dúvida, um ferramental muito importante para alcançar esse objetivo.