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CEPAL realiza webinar sobre tendências da mobilidade no Brasil e na América Latina

19 de abril de 2022|Nota informativa

O Escritório no Brasil da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) realizou o webinar “Tendências da mobilidade no Brasil e América Latina” no dia 19 de abril de 2022, no qual especialistas em mobilidade do Brasil e da região discutiram as tendências da mobilidade urbana.

(25 de maio de 2022) O Escritório no Brasil da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) realizou webinar “Tendências da mobilidade no Brasil e América Latina” no dia 19 de abril de 2022, com o objetivo de apresentar e discutir as tendências do setor, incluindo mudanças demográficas, a crescente substituição do consumo de transporte coletivo pelo individual motorizado e perspectivas socioeconômicas relevantes no acesso ao transporte sustentável nas cidades.

O webinar ocorreu no âmbito do Programa Cidades Inclusivas, Sustentáveis e Inteligentes (CISI), desenvolvido pela CEPAL em cooperação com o Ministério Federal Alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ), por meio da Cooperação Técnica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit – GIZ). O Programa CISI tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável da conectividade e mobilidade urbana na América Latina, com foco em ônibus elétricos. No Brasil, o Programa está concentrado no município de São Paulo.

Participaram na abertura do evento o Embaixador Fernando Mello Barreto (Secretário-Adjunto da Secretaria Municipal de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo) e Carlos Mussi (Diretor do Escritório da CEPAL no Brasil). O webinar reuniu os especialistas Camila Gramkow (Oficial de Assuntos Econômicos do Escritório da CEPAL no Brasil), Jorge Rodriguez (Assistente de Pesquisa Sênior da CELADE, Divisão de População da CEPAL), Rafael H. M. Pereira (Pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA) e Clarisse Cunha Linke (Diretora Executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento – ITDP) e contou com a mediação de Gabriela Oliveira (Consultora do Escritório da CEPAL no Brasil).

Com transmissão online no Youtube e opção de acompanhar as discussões em Português e Espanhol, os painelistas trouxeram temas e fatos para informação dos expectadores, os quais também participaram interativamente nas plataformas online com perguntas e comentários. Jorge Rodriguez, Assistente de Pesquisa Sênior da CELADE, Divisão de População da CEPAL, apresentou dados demográficos das principais metrópoles da América Latina, principalmente, no tocante à migração e pendularidade ou mobilidade diária. Tais dados trazem estimativas de demanda por mobilidade e transporte público urbano em São Paulo, Bogotá, Cidade do México e Buenos Aires. Especificamente sobre São Paulo, Jorge Rodriguez apresentou a tendência de crescimento da migração, tanto a extra quanto a intra metropolitana, diferentemente do que ocorre na Cidade do México. No entanto, os fatos de que a periferia de São Paulo que vem deixando de ser apenas dormitório de seus moradores e a pandemia de COVID-19 desaceleraram a comutação laboral e, portanto, os fluxos de mobilidade das regiões adjacentes com destino às regiões centrais da cidade de São Paulo. Ademais, apresentou dados do perfil sociodemográfico da população que migra entre cidades diariamente, havendo predominância de indivíduos com menor grau de escolaridade, mulheres e adultos, fatores que geram potencial efeito sobre as cidades e os espaços sub-metropolitanos.

O pesquisador Rafael H. M. Pereira contribuiu com o debate trazendo perspectivas sobre o uso do transporte coletivo frente ao individual nos últimos vinte anos e os seus impactos sobre as condições da mobilidade urbana no Brasil. O estudo “Tendências e desigualdades da mobilidade urbana no Brasil I: o uso do transporte coletivo e individual” publicado em julho de 2021 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) levou em conta os gastos das famílias, custos do transporte, demanda por transporte público, crescimento da frota e tempo de deslocamento casa-trabalho. Constatou-se, então, uma tendência persistente de substituição do consumo de transporte público pelo individual motorizado e a agudização dessa tendência pelo advento da pandemia de COVID-19. Além disso, há um agravamento dos desafios de financiamento do transporte público e gestão da mobilidade urbana que fortalecem a tendência do crescimento do uso de transporte individual motorizado. Em resumo, a queda da demanda por ônibus nas cidades brasileiras, concomitante ao aumento das tarifas, gera um ciclo vicioso de ineficiência do transporte público e desequilíbrio da mobilidade urbana em um contexto de crise fiscal e de saúde. Diante de tais implicações, constitui-se o desafio de uma melhor coordenação de diversas políticas públicas urbanas que integrem as áreas de transporte, habitação, saúde, educação, dentre outras.

Já Clarisse Cunha Linke, Diretora Executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) apresentou informações publicadas no relatório do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) “Análise de Sensibilidade de Variáveis Sociodemográficas na Mobilidade Urbana”. Foram realizados testes estatísticos para avaliar, segundo variáveis de sensibilidade sociodemográficas, os indicadores de Pessoas próximas à rede de transporte público de alta e média capacidade (PNT) e de Pessoas próximas à infraestrutura cicloviária (PNB) disponíveis na plataforma de dados, MobiliDADOS. Além disso, utilizando como referência a infraestrutura cicloviária de 25 capitais brasileiras, o estudo também aplicou método de avaliação considerando as sensibilidades sociodemográficas a fim de ampliar o entendimento sobre o perfil da população que detém acesso ao transporte sustentável, com vistas à contribuição ao debate sobre mobilidade e equidade. Avaliando as variáveis sexo, raça/cor e renda, os resultados apontaram que há menos pessoas negras e pessoas com renda de até um salário morando próximo à infraestrutura de ciclovias e ciclofaixas, opção de transporte sustentável nas cidades. Esse estudo é de relevância para avaliação das desigualdades e monitoramento da efetividade das políticas públicas de mobilidade sob o prisma da equidade.

Em suma, o webinar constitui-se em uma oportunidade para compartilhamento de informações e discussões de temas relevantes para a agenda de mobilidade regional e nacional. Com isso, o intuito foi de oferecer insumos para melhor coordenação de atores e provisão de serviços e soluções sustentáveis para as populações.

Para assistir à gravação do webinar, acesse:

https://www.youtube.com/watch?v=6cckI4eQjTQ – Português

https://www.youtube.com/watch?v=12Pe5R2Nk58 – Español

 

As apresentações podem ser encontradas nos anexos no menu lateral.