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A região precisa de políticas de desenvolvimento produtivo de nova geração que permitam sair da armadilha do baixo crescimento e abrir as portas da prosperidade futura

31 de agosto de 2023|Notícias

José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário Executivo da CEPAL, participou da conferência TEDxPuraVida 2023 realizada na Costa Rica.

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Imagen de José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretario Ejecutivo de la CEPAL, durante su presentación.
Foto: CEPAL.

O Secretário Executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), José Manuel Salazar-Xirinachs, afirmou que a região precisa de políticas de desenvolvimento produtivo de nova geração que permitam sair da armadilha do baixo crescimento e abrir as portas da prosperidade futura, durante uma apresentação na conferência TEDxPuraVida 2023 realizada na Costa Rica.

“As políticas de desenvolvimento produtivo contêm as ferramentas para elevar a taxa de crescimento econômico. Já não se trata de adotar tarifas protecionistas, mas de promover a sofisticação tecnológica e a diversificação produtiva. Trata-se de construir capacidades nas sociedades para fazer coisas novas e mais sofisticadas”, sublinhou.

O alto funcionário das Nações Unidas foi um dos oradores principais do evento em que participaram conferencistas relevantes em diversas disciplinas.

Durante sua exposição, intitulada “As chaves perdidas da América Latina”, José Manuel Salazar-Xirinachs indicou as razões que explicam o baixo crescimento e a falta de prosperidade na região.

“Que aconteceu? Por que não encontramos as chaves para ativar os motores do crescimento e da prosperidade? Podemos assinalar várias causas, mas há uma que abrange todas as demais: praticamente a produtividade não cresceu nos últimos 40 anos”, explicou.

Se um país crescer 1,5% ao ano levará 140 anos para duplicar sua renda por habitante: quase um século e meio. Na última década, a América Latina e o Caribe cresceram somente 0,8% ao ano.

“Neste ritmo levará 300 anos para duplicar a renda por habitante. Não se trata de crescer por crescer nem de qualquer tipo de crescimento. Nossas economias e sociedades precisam de um crescimento que seja produtivo, inclusivo e sustentável”, afirmou.

Nesse sentido, o Secretário Executivo da CEPAL indicou que o crescimento deve ser produtivo, porque é a produtividade que determina o nível de vida no longo prazo; deve ser inclusivo, ou seja, beneficiar todas as pessoas, gerar empregos de qualidade e reduzir a pobreza, a informalidade e a desigualdade; e deve ser sustentável para que não destrua a natureza e o planeta em que vivemos.

“Avançar para um modelo de desenvolvimento produtivo, inclusivo e sustentável não é algo gradual, é uma grande transformação que requer também um crescimento alto e sustentado. Por que? Porque uma grande transformação é incompatível com uma economia estagnada e sedentária”, sublinhou.

O máximo representante da CEPAL acrescentou que esta transformação deve ser governada, gerida, orientada e induzida. “O mercado sozinho não vai conseguir, nem o setor privado sozinho nem o Estado. É necessária a colaboração de todos os setores”, assinalou.

Salazar-Xirinachs indicou que, para colocar isso em prática, precisamos da visão e vontade dos governos nacionais e locais, do setor privado, das instituições acadêmicas e da sociedade civil.

“É preciso avançar num trabalho coletivo, nas parcerias público-privadas, nas iniciativas de cluster, porque a grande transformação do desenvolvimento produtivo é uma construção social”, destacou.

Acrescentou que também é preciso investir em infraestrutura, talento humano e bens públicos específicos dos setores impulsores, todo isto liderado por instituições de qualidade, com visão prospectiva de longo prazo.

“Estou convencido, mais do que nunca, de que os países que usarem estas chaves são os que terão mais êxito em sair da armadilha do baixo crescimento e abrir as portas da prosperidade futura”, concluiu.