Pular para o conteúdo principal
Available in EnglishEspañolPortuguês

Para enfrentar a Quarta Revolução Industrial, é fundamental impulsionar políticas trabalhistas e produtivas complementares, advertiram especialistas na CEPAL

5 de março de 2019|Notícias

O Ministro do Trabalho e Previdência Social do Chile, Nicolás Monckeberg, a Senadora Carolina Goic e o Secretário Executivo Adjunto do organismo regional, Mario Cimoli, abriram seminário em Santiago.

foto_seminariocepal_empleo_automatizacion_675.jpg

De esquerda a direita: Mario Cimoli, Secretário Executivo Adjunto da CEPAL, Carolina Goic, Senadora e Presidenta da Comissão de Trabalho do Senado do Chile; e Nicolás Monckeberg, Ministro do Trabalho e Previdência Social do Chile.
De esquerda a direita: Mario Cimoli, Secretário Executivo Adjunto da CEPAL, Carolina Goic, Senadora e Presidenta da Comissão de Trabalho do Senado do Chile; e Nicolás Monckeberg, Ministro do Trabalho e Previdência Social do Chile.
Foto: CEPAL.

Para enfrentar a chamada Quarta Revolução Industrial, é fundamental impulsionar políticas trabalhistas e produtivas complementares, no âmbito de estratégias nacionais e regionais de desenvolvimento sustentável, afirmaram autoridades e especialistas reunidos no dia 5 de março de 2019 na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em Santiago, Chile.

O seminário A transformação do emprego ante a revolução digital e a automatização foi organizado em conjunto pela CEPAL e o Governo e o Senado do Chile, com o apoio da cooperação alemã. O evento contou com a participação de funcionários, parlamentares, especialistas internacionais e atores públicos e privados.

Mario Cimoli, Secretário Executivo Adjunto da CEPAL, deu as boas-vindas em representação da Secretária Executiva, Alicia Bárcena, e ofereceu um panorama regional da transformação do emprego na América Latina no âmbito da Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, que compreende tendências como a inteligência artificial, a robotização e a digitalização.

“A revolução digital está transformando as cadeias de valor, seu funcionamento e suas estruturas de poder e ao mesmo tempo redefinindo os setores produtivos tradicionais e criando novos setores”, explicou Cimoli, que advertiu: “a digitalização e a automatização dos processos produtivos e o surgimento de novos modelos de negócios requerem novas habilidades, mais complexas, no mundo do trabalho”.

Neste contexto, disse, as políticas públicas deveriam apoiar a construção de sistemas institucionais sólidos que facilitem a transição para novos modelos de produção. Também deveriam fortalecer a integração regional e as complementaridades das cadeias de valor, adequar os sistemas educativos e sociais e promover uma mudança estrutural progressiva para setores de maior sofisticação tecnológica e conhecimento incorporado, assinalou.

O Ministro do Trabalho e Previdência Social do Chile, Nicolás Monckeberg, afirmou: “o mundo do trabalho no Chile está exposto a desafios gigantes, como o envelhecimento da população, a migração, a mudança climática e o impacto das novas tecnologias”.

“Esta Quarta Revolução Industrial sem dúvida vai eliminar alguns empregos. Mas é capaz e tem o potencial de criar muito mais empregos do que aqueles que vão desaparecer”, indicou.

“Nosso desafio – enfatizou Monckeberg - é ser o país e a região onde se criam os empregos do futuro e não onde simplesmente se substituem os empregos do passado. Para isso, é preciso fazer coisas, adaptar-se, modificar algumas normas, modificar certas instituições, modificar a forma em que estamos educando nossos trabalhadores”.

Por sua vez, a Senadora Carolina Goic, Presidente da Comissão de Trabalho do Senado do Chile, instou a ter uma visão de país de médio prazo que possibilite a geração de acordos.

“O Chile não pode dar-se o luxo de seguir adiando um debate que dê origem a uma agenda de país séria, pactuada e viável, que assuma o enorme desafio que implica a chamada Quarta Revolução Industrial. Este é um debate que deve superar as lógicas esquerda-direita e na qual tanto empresários como trabalhadores estejam dispostos a ceder em suas posições, com uma estratégia de Estado que não dependa do governo atual”, disse.

No encerramento do encontro, Mario Cimoli e a Senadora Goic manifestaram a intenção de manter a colaboração institucional durante este ano, de maneira a fornecer novos dados e reflexões ao debate nacional e regional sobre este tema.