Cresce o consumo de energia no setor de transporte da Região
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Segundo um estudo da CEPAL, todos os países da região aumentaram em mais do dobro seu consumo de energia no setor de transporte entre 1990 e 2010. Por isso, necessita-se urgentemente de um novo enfoque que permita a formulação de políticas priorizando a eficiência energética.

O contínuo aumento do consumo de energia em todo o mundo, especialmente o aumento na demanda de combustíveis fósseis para sustentar a mobilidade de pessoas e mercadorias, preocupa os governos no âmbito global. A região da América Latina e Caribe não é exceção e requer urgentemente um novo enfoque que permita a formulação de políticas apropriadas que priorizem a eficiência energética, segundo um recente documento da CEPAL.
Atualmente, o transporte de pessoas e bens representa 20% do total da energia primária consumida no mundo e é responsável por um quarto das emissões de CO2. Na América Latina o consumo final de energia no transporte em 2011 somou mais de 1,5 bilhão de barris equivalentes de petróleo (Mbep), o que representa mais de um terço do total consumido no âmbito regional.
Assim assinala o documento Eficiência energética e mobilidade: rumo a uma economia mais "verde" na América Latina e no Caribe, apresentado pela CEPAL durante o IV Diálogo Político Regional sobre Eficiência Energética, realizado na Cidade do México em 21 e 22 de novembro de 2013.
Segundo o relatório, todos os países da região aumentaram em mais do dobro seu consumo energético no setor de transporte entre 1990 e 2010. A maior alta neste período foi registrada no Panamá, com um crescimento de 390%, seguido pela Costa Rica (294%), Bolívia (287%), Guatemala (273%) e Honduras (257%). Os países que mostraram os menores aumentos foram Colômbia (141%), Argentina (155%) e Jamaica (170%).
A significativa expansão da frota veicular (número de automóveis por habitante) é o fator mais relevante neste desempenho. Esta situação, somada a uma rede viária que não cresceu de maneira correspondente, converteu a mobilidade em um desafio de alta prioridade para a administração de muitas cidades. Nas metrópoles da América Latina o congestionamento tem altos custos econômicos e impactos negativos sobre a qualidade de vida de seus habitantes, inclusive aumento da poluição atmosférica.
Tomando como ponto de partida a estratégia Energia Sustentável para Todos (SE4ALL, na sigla em inglês), lançada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em 2012, a CEPAL apresenta em seu documento uma abordagem integral sobre eficiência energética e mobilidade.
Suas propostas baseiam-se no enfoque ASI: A-Evitar (avoid em inglês), S-Mudar (shift em inglés), I-Melhorar (improve em inglês). Evitar viagens e aumentar a eficiência do sistema. Mudar para melhores modos de transporte de modo a aumentar a eficiência da viagem. Melhorar o desempenho do combustível para aumentar a eficiência veicular.
A Comissão acrescenta que o estabelecimento de medidas fiscais, como um nível apropriado de impostos sobre os combustíveis, a eliminação de subsídios aos carburantes e a priorização de fundos e incentivos de pesquisa e desenvolvimento, pode estimular os mercados a buscar soluções de eficiência energética.
Além disso, a CEPAL destaca a necessidade de uma estreita cooperação entre os peritos em energia e transporte na identificação de melhores práticas internacionais dirigidas a aumentar a eficiência da mobilidade. A ideia é propor soluções adaptadas ao nível local que permitam reduzir o consumo energético sem pôr em risco o bem-estar e o desenvolvimento social e econômico.
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