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CEPAL insta a aprofundar a relação econômica entre a Índia e a América Latina e o Caribe

9 de dezembro de 2016|Notícias

Informe elaborado pela Sede Sub-Regional da CEPAL no México entrega indicadores econômicos, sociais e comerciais de ambas as regiões.

A relação económica entre a Índia e a América Latina e o Caribe vive uma etapa emergente e há amplos espaços para o crescimento do comércio internacional, o investimento estrangeiro direto (IED) e a cooperação entre estas duas importantes regiões. Assim o assinala um novo documento publicado pela Sede Sub-Regional da CEPAL no México.

O informe Fortaleciendo la relación entre la India y América Latina y el Caribe, foi apresentado pela CEPAL durante a sétima edição do Cónclave India-LAC que se realizou na cidade mexicana de Guadalajara em 28 e 29 de novembro de 2016.

A população combinada da Índia e da região alcança quase 2 bilhões de habitantes. Historicamente, ambas tiveram ritmos médios de crescimento superiores aos dos países desenvolvidos (7% na Índia e 3% na América Latina e Caribe), o que cria oportunidades interessantes para os investidores, assinala a CEPAL.

Ao apresentar o estudo, o Diretor da Sede Sub-Regional no México da CEPAL, Hugo Beteta, explicou que a Índia e a região enfrentam grandes desafios no âmbito social. Na América Latina, em 2004, do total de sua população (168 milhões), 28,2% viviam na pobreza e 11,8% (70 milhões) na indigência. Na Índia, a cifra de pobreza se reduziu significativamente nos últimos anos, embora segundo cifras de 2011, 59,2% viviam com menos de 2 dólares ao dia. Ademais, ambas as partes não devem perder de vista o desafio de reduzir a desigualdade que enfrentam suas sociedades.

Beteta agregou que os mercados da Índia e da América Latina e Caribe são, de certa maneira, complementares na provisão de serviços empresariais e de conhecimento à distância, produtos manufaturados e químicos, energia renovável, indústria automotiva e aeroespacial e em alianças estratégicas em manufatura.

A CEPAL alenta ambas as regiões a buscarem o desenvolvimento por meio da mudança estrutural progressiva, que conduza a uma industrialização sustentável, que reduza a dependência de recursos naturais e se fundamente em seu potencial inovador. Esta mudança deve estar acompanhada de um grande impulso ambiental, com investimentos que reduzam o impacto no meio ambiente, e por uma aposta pela inovação que, ao mesmo tempo, leve em consideração o futuro do mundo laboral e a transição a novos empregos de qualidade com proteção social, é o que assinala Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, no prólogo do documento.

Segundo a publicação, existem diferentes tipos de desafios que as duas regiões devem vencer para fortalecer seus vínculos econômicos. Por exemplo, um deles é a falta de tradição comercial entre ambas, o que traduziu num desconhecimento das formas de fazer negócios, das normas e regulações relacionadas com o comércio e os investimentos, e incluso desconhecimento da diversidade cultural de ambas as regiões.

Outra área importante é a logística: o transporte aéreo e marítimo entre a Índia e América Latina e o caribe é complexo, precário e custoso. Por exemplo, os tempos de voo entre Mumbai e as principais cidades de cada país na América Latina e no Caribe superam 24 horas.

Por outro lado, a mudança climática é um risco que afetará as duas regiões, devido à baixa capacidade adaptativa de sua população, sua distribuição geográfica e sua dependência econômica de atividades vulneráveis como a agricultura.

Por todo o anterior, para fomentar os vínculos econômicos entre ambas as partes se necessita melhorar as políticas públicas destinadas a este propósito, em especial aquelas relacionadas com a abertura aos investimentos e ao comércio, destaca o documento. N esse sentido, ampliar a disponibilidade de acordos comerciais com a Índia ―tal como já os têm Chile e o MERCOSUL― a outros países da região pode ter um impacto importante.

Finalmente, a CEPAL observa que as duas regiões contam com programas de cooperação em diversas áreas, como a agricultura, a cooperação aeroespacial e energias renováveis. Será importante que ambas as regiões explorem novas formas de relacionarem-se, novos acordos internacionais de cooperação e discutir a aproximação via acordos de investimento e comércio que facilitem as relações comerciais. O potencial de crescimento para ambas as regiões, como se ha visto, é enorme, enfatiza o organismo.