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América Latina e Caribe crescerão 3,7% em 2012 em meio à incerteza e volatilidade mundial

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29 de dezembro de 2011|Comunicado de imprensa

Organismo das Nações Unidas adverte sobre um possível cenário internacional mais desfavorável se piorar a situação da Zona do Euro.

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La presentación del informe se realizó en la sede de la CEPAL en Santiago, Chile.
La presentación del informe se realizó en la sede de la CEPAL en Santiago, Chile.
Foto: Carlos Vera/CEPAL

(21 de dezembro de 2011) Segundo Relatório apresentado hoje pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), a  menor expansão da economia mundial e a elevada incerteza e a volatilidade nos mercados financeiros internacionais terão repercussões na América Latina e no Caribe, região que registrará uma leve diminuição de seu crescimento em 2012, a 3,7%, depois de alcançar 4,3% em 2011.

Em seu Balanço preliminar das economias da América Latina e do Caribe 2011, o organismo regional das Nações Unidas indica que ainda já durante a primeira metade de 2011 o crescimento tenha sido moderado com relação a 2010, grande parte da região teve um desempenho positivo graças a um contexto externo favorável. Entretanto, na segunda metade do ano a volatilidade e incerteza complicaram o ambiente global, o que provocou uma maior desaceleração das economias com relação a 2010, quando a região cresceu 5,9%.

Segundo o Relatório, o crescimento estimado para 2011 implica em um aumento do produto per capita de 3,2% e, semelhante aos anos anteriores, os resultados são desiguais entre as sub-regiões, sendo que os países sul-americanos cresceram 4,6%, as economias da América Central 4,1% e as nações caribenhas somente 0,7%.

Os países com maior expansão este ano serão: Panamá (10,5%), Argentina (9,0%), Equador (8,0%), Peru (7,0%) e Chile (6,3%), enquanto que El Salvador crescerá somente 1,4%, Cuba 2,5% e o  Brasil 2,9%.

Nesse contexto, registrou-se uma dinâmica geração de novos postos de trabalho, e a taxa de desemprego aberto regional baixou de 7,3% para 6,8%.

Além disso o impacto do contexto externo crescentemente complexo, o menor crescimento econômico de 2011 é explicado pelas medidas aplicadas sobretudo no Brasil para diminuir a expansão da demanda interna e evitar um superaquecimento a partir de sua forte variação em 2010. Por outro lado, vários países cresceram mais em 2011 que em 2010, ao qual contribuíram fatores como a recuperação de situações de desastres naturais, para o caso do Chile e Haiti, os altos preços do petróleo e seus derivados, que favoreceram países como a Venezuela e o Equador, e o efeito da recuperação dos Estados Unidos nas exportações e as remessas de alguns países da América Central e do Caribe.

Entre os desafios de política macroeconômica que os países devem enfrentar este ano encontram-se o aumento da inflação, que passou de 6,6% regional em 2010 para em torno de 7% em 2011, a valorização cambial de várias moedas -especialmente durante a primeira metade do ano,  a recuperação do espaço fiscal, a manutenção da dinâmica do crescimento e, sobretudo a partir do segundo semestre, a ameaça de uma desaceleração causada pelo  contexto externo.

Segundo o documento, o crescimento econômico da região não é imune ao entorno da incerteza que impera a nível global. "Existe uma probabilidade não menor de uma crise profunda da Zona do Euro, o que afetaria de forma significativa a economia mundial em seu conjunto e impactaria a nossa região sobretudo através do canal real (exportações, preços, investimento estrangeiro, remessas, e turismo) e o financeiro (maior volatilidade, possíveis saídas de capital e dificuldades de acesso ao crédito)", afirmou Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, ao apresentar o Relatório.

A CEPAL projeta que na América Latina e no Caribe o crescimento para o próximo ano será maior no Haiti (8,0%), seguido pelo Panamá (6,5%), Peru (5,0%), Equador (5,0%) e Argentina (4,8%).

Por outro lado, o mercado de trabalho continuará crescendo, mesmo com taxas menores que em anos anteriores, o que permitirá que o desemprego se localize em um patamar entre 6,6% e 6,8%. Quanto ao déficit da conta corrente registraria um novo aumento, de 1,4% para 1,8% do PIB.

O Relatório reforça que a evolução futura do crescimento latino-americano e caribenho será influenciada pela magnitude e o alcance da deterioração que se observe na economia mundial. A diminuição do nível de atividade dos países desenvolvidos levaria a uma queda da demanda de bens que repercutiria negativamente sobre as exportações da região e os preços de seus principais produtos de exportação, processos que já estão sendo observados.

A CEPAL enfatiza que a região conta com uma série de fortalezas que lhe permitiriam enfrentar de melhor forma a queda da economia mundial, entre elas um alto nível de reservas, que lhe possibilitariam financiar um déficit na conta corrente, melhoras nas contas públicas e salvo em vários países do Caribe - baixos níveis da dívida pública, o que gerará espaços para políticas fiscais anticíclicas e uma perspectiva de inflação decrescente, que abriria espaços para uma política monetária expansiva.

Entretanto, em muitos países os espaços para políticas anticrise são menores que antes da crise de 2008-2009, pelo que os instrumentos disponíveis são menos potentes que naquela ocasião. Além disso, diante de uma possível piora da situação econômica mundial existiria uma menor capacidade de ação coordenada entre as principais economias.

Finalmente o Relatório afirma que alguns dos principais desafios para a política econômica da região na atual conjuntura são preparar-se para uma eventual piora da situação internacional, levando em conta a possibilidade de mudanças súbitas no cenário externo e os resquícios do impacto da política macroeconômica, elaborar pacotes para uma política fiscal anticíclica e assegurar seu financiamento para uma ágil aplicação, conforme as circunstâncias, cuidar do emprego, proteger os setores sociais mais vulneráveis e fortalecer a integração intra-regional.

Veja também:

O Balanço preliminar das economias da América Latina e do Caribe 2011 está disponível em espanhol no site da CEPAL.

Para consultas, contatar a Unidade de Informação Pública e Internet da CEPAL. E-mail: dpisantiago@cepal.org ; telefone: (56 2) 210 2040.

No Brasil, entrar em contato com: Pulcheria Graziani - E-mail: pulcheria.graziani@cepal.org. Telefones: (61) 3321-3232 ou (61) 3321-5494 - Celular: (61) 9976-8030.

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