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O México está num momento oportuno para formular uma Política de Desenvolvimento Produtivo: CEPAL

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26 de junho de 2024|Comunicado de imprensa

Para obter um desenvolvimento sustentado, inclusivo e sustentável é necessária a ação decidida do Estado na condução de uma política de desenvolvimento produtivo com a participação da iniciativa privada e dos governos estaduais.

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Foto da mesa principal da conferência de imprensa no México
Conferência de imprensa (da esqueda para a direita): Gerardo Esquivel, Carla Medina, Jorge Mario Martínez-Piva, Carlos Cabrera e María Luisa Díaz de León.
Foto: CEPAL México

O México está no centro de grandes mudanças produtivas e geopolíticas que lhe oferecem uma oportunidade para seu desenvolvimento econômico, social e ambiental, assegurou hoje Jorge Mario Martínez-Piva, Oficial encarregado da Direção da Sede Sub-Regional da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) no México.

O mundo atravessa um período de mudanças profundas e as tensões geopolíticas levam a uma fragmentação geoeconômica. As potências econômicas incentivam uma nova geração de políticas de desenvolvimento produtivo e a relocalização de suas cadeias de produção e abastecimento. Neste complexo panorama internacional o México tem oportunidades para atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento equilibrado de seu território, embora transitar para uma economia mais dinâmica, complexa e diversificada exija uma política de desenvolvimento produtivo que promova a inovação, crie empregos de qualidade e melhore as condições de vida da população.

Durante a conferência de imprensa na qual se apresentou o documento Temas cruciais para formular e implementar uma política de desenvolvimento produtivo sustentável no México, Martínez-Piva explicou que as políticas de desenvolvimento produtivo devem incidir na direção do desenvolvimento mediante o alinhamento dos esforços de inovação tecnológica com objetivos sociais e ambientais.

O documento é resultado da colaboração entre a CEPAL e a Fundação Friedrich Ebert (FES). Em representação desta, Carlos Cabrera, Coordenador de Diálogo Econômico, apresentou onze recomendações para o México destacando que o Estado deve representar um papel central na formulação, implementação e coordenação das políticas de desenvolvimento produtivo em coordenação com o setor privado e os diferentes níveis de governo; a priorização dos setores estratégicos; contar com uma Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Produtivo Sustentável; ter uma política de inovação robusta e articulada com os setores estratégicos; e reformular os sistemas de formação técnica profissional, com especial ênfase na incorporação das mulheres.

“Propõe-se”, disse Cabrera, “criar um Conselho para o Desenvolvimento Produtivo Sustentável que coordene a implementação de uma PDP no México. Este mecanismo seria importante para materializar a colaboração entre os setores público e privado de maneira institucionalizada e funcionaria como mecanismo de coordenação para o processo de implementação”.

Gerardo Esquivel, economista e pesquisador associado de El Colegio de Mexico, sublinhou que o documento surge num momento em que o mundo e o México estão vivendo uma mudança de paradigma, passando da direção do mercado para a direção do Estado e que este é um momento pós-neoliberal.

“Estamos entrando em uma nova etapa na qual diversos países do mundo estão retomando estas políticas de desenvolvimento produtivo e as estão modernizando e atualizando para que não estejam sujeitas a críticas do passado e estão fazendo uma reconfiguração do Estado e de seu papel na busca de uma transformação da estrutura produtiva. A grande contribuição do documento é que um documento breve, mas muito poderoso, descreve este contexto, organiza e sistematiza parte da discussão mundial”, explicou.

A Presidente do Conselho da Associação Mexicana de Energia Solar Fotovoltaica, Carla Medina, sublinhou a relevância estratégica do setor energético para o México.

“Há uma grande oportunidade de construir um novo acordo energético, que atualize a visão de longo prazo do país em matéria de abastecimento limpo e que distribua responsabilidades e benefícios nessa rota. A geração suficiente, limpa e de baixo custo é uma precondição de qualquer modelo de desenvolvimento que o Estado mexicano tente realizar. Sem dúvida, o México deve ter a capacidade de planejar e executar no longo prazo, não só o Estado, mas também todos os atores envolvidos”, explicou Medina.

O estudo apresentado é o resultado de diálogos com representantes do setor público, empresarial, sindical, acadêmico, instituições internacionais e organizações da sociedade civil no México e faz parte de uma série de novos estudos e trabalhos de colaboração técnica da CEPAL para aprofundar e ampliar as políticas de desenvolvimento produtivo na América Latina e no Caribe.