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Nova edição do Anuário Estatístico da CEPAL apresenta indicadores relevantes sobre a situação econômica, social e ambiental da América Latina e do Caribe

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5 de abril de 2022|Comunicado de imprensa

A versão 2021 dessa publicação atualiza uma seleção de estatísticas importantes sobre o desenvolvimento dos países da região.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) divulgou hoje o Anuário Estatístico da América Latina e do Caribe 2021, disponível na Internet, em que é apresentada uma síntese estatística que explica o desenvolvimento sociodemográfico, econômico e ambiental dos países da região.

Essa publicação anual, uma das mais importantes da Comissão Regional das Nações Unidas, constitui uma referência para quem deseja contar com dados estatísticos descritivos comparáveis ​​entre países e ao longo do tempo. A presente edição contém informações disponíveis até meados de dezembro de 2021.

O Anuário Estatístico 2021 está organizado em três capítulos. No primeiro são apresentados aspectos demográficos e sociais que incluem indicadores de população, trabalho, educação, saúde, moradia e serviços básicos, pobreza e distribuição de renda e gênero.

No âmbito social, os dados do Anuário evidenciam o impacto da pandemia de COVID-19 nas condições de vida da população. Em 2020, a pobreza na América Latina alcançou 33,0% da população, incluindo 13,1% da população em situação de extrema pobreza. Esses números representam o maior aumento anual observado nos últimos 20 anos, de 2,5 pontos percentuais na pobreza e 1,7 pontos na extrema pobreza.

O impacto da pandemia sobre o emprego ficou evidente na redução da taxa de participação da população na atividade econômica, que para a América Latina e o Caribe alcançou apenas 57,8% em 2020 diante de 62,5% em 2019; bem como em um aumento da taxa de desocupação aberta, que pasou de 8,1% em 2019 para 10,5% em 2020.  Como consequência, a população sem renda própria na região teve um aumento considerável, especialmente concentrado entre as pessoas de 15 a 24 anos.

O segundo capítulo apresenta informações econômicas referentes às contas nacionais, balanço de pagamentos, comércio exterior e índices de preços, entre outros. O Anuário apresenta para o ano de 2021 uma projeção positiva de recuperação do Produto Interno Bruto a preços constantes de 2010 de 6,3%, diante da queda registrada no âmbito regional durante o ano de 2020 de -6,8% resultado do impacto que teve a pandemia da COVID-19 durante esse período. Esses resultados refletem-se no PIB médio por habitante, que alcançou US$ 8.307 em 2020 e US$ 8.747 em 2021, com uma taxa de 5,3%.

Por sua vez, o investimento estrangeiro direto (IED) na região teve uma variação de -20,4% em 2020 em comparação com 2019, sendo da ordem de -20,7% para a América Latina e -10% para o Caribe. Enquanto que, como porcentagem do PIB, o IED representou 2,1% para o mesmo período.

Durante o ano de 2020, o comércio intrarregional para as exportações registrou uma participação de 13% em relação ao total. Nas importações, observa-se uma participação de 13,9%. As exportações intraregionais caíram 8% em relação a 2019, enquanto a queda nas importações intraregionais para o mesmo período foi de 4,5%. Os termos de troca, no ano de 2020 para a América Latina apresenta um leve aumento de 0,2% comparado ao ano de 2019.

Ao analisar os índices de preços dos principais produtos de exportação da região, nota-se um aumento de 28% para o ano de 2021, revertendo a queda detectada para o ano de 2020 onde se registrou uma queda de 4,9% com relação ao ano de 2019.

Em 2021, os preços ao consumidor registraram uma variação de 12,6% para a América Latina e o Caribe sem considerar os dados da República Bolivariana da Venezuela, chegando a um valor de 42,1% ao considerar esses dados no cálculo regional. A maior contribuição seria dos preços dos bens de alimentos e bebidas, alcançando uma variação de 12,5% (sem considerar a cifra da Venezuela).

O terceiro capítulo apresenta estatísticas e indicadores ambientais da região. Destacam métricas sobre condições físicas, cobertura terrestre, ecossistemas, biodiversidade, qualidade ambiental, terra, recursos energéticos, hídricos e biológicos, emissões atmosféricas, desastres, assentamentos humanos, regulamentação e governança ambiental.

É mostrado que desde 1990 a América Latina e o Caribe melhoraram sua eficiência energética, com uma diminuição de 26% com relação ao ano base da intensidade energética do PIB em função da oferta primária de energia e de 13% do consumo final de energia. Para produzir uma unidade de PIB (riqueza), foram necessárias menos unidades de energia e menos pressão sobre o meio ambiente.

O relatório também revela que, desde 1990, a região aumentou suas exportações de recursos naturais ​(RRNN) renováveis ​e não renováveis em 168%, embora a participação das exportações primárias (RRNN renováveis ​​e não renováveis) no total das exportações tenha diminuído em 31%. O que significa uma maior pressão sobre os RRNN que provoca um impacto desfavorável no ambiente.

Quanto às emissões, a tendência estrutural aponta para um aumento das emissões totais, excluindo mudança de uso do solo e da silvicultura, sendo o setor energético o de maiores emissões.

O Anuário Estatístico é publicado na forma impressa e on-line, que inclui uma seleção de tabelas e gráficos destinados a fornecer um resumo da informação estatística a partir da perspectiva regional. A versão on-line interativa facilita a navegação e o acesso às informações apresentadas em sua versão impressa, vinculando os gráficos e tabelas estatísticas às séries de dados disponíveis nas bases de dados da CEPAL, o que permite o acesso às informações mais detalhadas e em um período histórico muito mais amplo. Inclui também um capítulo adicional onde são explicados os aspectos metodológicos e as referências às fontes dos dados utilizadas.

As informações do Anuário fazem parte do conjunto de estatísticas disponíveis na CEPALSTAT, a plataforma que dá acesso a todas as informações estatísticas atualizadas dos países da região, coletadas, sistematizadas e publicadas pela CEPAL, plataforma recentemente atualizada tecnológica e funcionalmente, incluindo um Geoportal que permite visualizar as estatísticas da região no território.

Dado que a maior parte das informações provêm de institutos nacionais de estatística, bancos centrais, organismos internacionais e outras instituições oficiais, a CEPAL convida os usuários a prestarem atenção às fontes e notas técnicas apresentadas nesse trabalho. Os dados são obtidos a partir de metodologias e padrões internacionais com a finalidade de assegurar a maior comparabilidade possível entre os países, porque esses dados podem não coincidir necessariamente com os dados nacionais.