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Exportações da América Latina e Caribe crescerão 27% em 2011

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30 de agosto de 2011|Comunicado de imprensa

A CEPAL alerta que a desaceleração econômica dos países industrializados poderá afetar o comércio das nações emergentes nos próximos meses.

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Vista general de la Sala Celso Furtado, de la CEPAL, donde se realizó la presentación del informe.
Vista general de la Sala Celso Furtado, de la CEPAL, donde se realizó la presentación del informe.
Foto: Carlos Vera/CEPAL

Veja apresentação multimedial

(30 de agosto de 2011) O valor das exportações de bens da América Latina e do Caribe crescerá 27% em 2011, aumento similar ao apresentado no ano pasado.  Esta expansão seria produto de um crescimento de 9% no volume exportado e de 18% nos preços dos produtos exportados pela região, segundo informa um relatório apresentado hoje em Santiago, Chile, pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

Em seu estudo Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2010-2011, a CEPAL indica, por outro lado, que o valor das importações pode aumentar 23%, com isto, no final de 2011 a região terá acumulado um superávit comercial de pouco mais de 80 bilhões de dólares.

A CEPAL afirma que o intercâmbio Sul-Sul, encabeçado pela China e pelo resto da Ásia emergente, é atualmente o principal motor do crescimento do comércio mundial, já que o volume das exportações dos países em desenvolvimento cresceu 17% em 2010, comparado com 13% dos países industrializados.

A CEPAL destaca também que o comércio internacional tem contribuído de maneira significativa para a recuperação das economias, depois da crise econômica e financeira de 2008 e 2009. Entretanto, alerta que a complexa situação atual dos países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos e a Europa, está começando a afetar as nações emergentes e isto poderia  traduzir-se em um menor ritmo do incremento das exportações a esses mercados durante 2012. O impacto específico dessa desaceleração dependerá do tipo de produtos exportados e dos mercados para os quais estes se dirijam.

Igualmente, um menor crescimento das economias emergentes, somado  ao enfraquecimento dos países industrializados, deve refletir em menores preços internacionais dos produtos básicos, afetando os saldos comerciais e a conta corrente dos países que os exportam. Daí a necessidade de priorizar a cautela macroeconômica e  as modalidades de cooperação regional, comercial e financeira que permitam diminuir os impactos de uma eventual piora no cenário internacional.

"Os níveis de volatilidade e de incerteza a nível mundial estão em patamares preocupantes. Persistem importantes desequilíbrios globais, entre eles a crise da dívida soberana de vários países europeus e a incerteza fiscal nos Estados Unidos, o que repercutirá em um enfraquecimento do comércio internacional", afirmou Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, ao apresentar o relatório.

Balanço do comércio regional

Durante a década passada, aumentou notavelmente a importância relativa da Ásia no comércio exterior da América Latina e do Caribe, em contraste com a queda da participação dos Estados Unidos e a estagnação da União Européia. 

América Latina e Caribe é o principal destino das exportações dos Estados Unidos (absorvendo 23% das mesmas em 2010, contra 22% da Ásia e 19% do Canadá) e a segunda principal origem das importações norte-americanas (19% em 2010, atrás de 34% da Ásia).  No entanto, a região representa somente 2% do comércio total da União Européia, muito abaixo das vendas aos  países que compõem a UE (64%) e Ásia (10%).

No último quinquênio, as exportações da região para a  Ásia-Pacífico cresceram a uma taxa anual que triplicou, em relação às  exportações totais (22% versus 7%). No mesmo período, suas importações da Ásia-Pacífico também cresceram mais rapidamente que as importações totais (taxas anuais de 15% versus 9%, respectivamente).  Além disso, a América Latina tem se  convertido no sócio comercial mais dinâmico para a China, com um crescimento anual de 31% em suas exportações para a região, entre 2005 e 2010, comparado com 16%  para o resto do mundo. As exportações para a Ásia seguem concentradas nos produtos primários e seu processamento básico, apesar de que aquelas dirigidas à própria região e aos Estados Unidos têm uma  presença maior de manufaturas.

Em matéria de saldos comerciais,  a América do Sul mantém saldos equilibrados com a China e o resto da Ásia, um leve superávit com a Europa e um pequeno déficit com os Estados Unidos, enquanto que o México e a América Central conseguem um importante superávit com os Estados Unidos, um déficit com a União Européia e outro déficit volumoso com a China e o resto da Ásia-Pacífico.  

Em seu relatório, a CEPAL também destaca que falta aos Estados Unidos uma política comercial explícita para a América Latina e o Caribe, apesar de ser ainda o principal sócio da região. Por exemplo, desde 2007 não houve maiores novidades em matéria de negociações comerciais.  Esta situação contrasta com o dinamismo exibido pelas negociações que diversos países têm sustentado recentemente com sócios europeus e asiáticos.

A CEPAL propõe uma nova aliança entre os Estados Unidos e a região para abordar desafios comuns na busca de uma melhor inserção na economia internacional. Destaca que há perspectivas interessantes para a cooperação entre a Europa e a região em áreas como tecnologias verdes e responsabilidade social empresarial.

A região latino-americana e caribenha enfrenta a atual conjuntura desfavorável com importantes ativos: um crescimento robusto entre 2003 e 2008, forte recuperação em 2010 e um ritmo de crescimento importante em 2011; uma situação fiscal equilibrada, baixos níveis de inflação e de endividamento, além de reduções na taxa de desemprego e na pobreza. Numa perspectiva de médio prazo, suas grandes reservas de recursos naturais, suas vantagens demográficas, a expansão de suas classes médias e o  potencial de seu mercado a colocam em uma posição atrativa para melhorar sua capacidade de negociação com seus principais sócios.  Entretanto, para conseguir uma melhor inserção internacional, deve primeiro superar vários desafios.

Entre estes estão a reavaliação das estratégias de alianças globais e regionais, para aproveitar as oportunidades de comércio e investimento Sul-Sul, assim como a formulação de uma aproximação conjunta com a Ásia-Pacífico, e especialmente com a China.

Também é necessário conseguir uma maior diversificação produtiva e um crescimento inclusivo. Para isto, entre outras medidas, deve-se elevar o componente de  valor e de conhecimento incorporado nas exportações, diversificar produtos e mercados, inserir-se nas cadeias globais de valor, melhorar a governança dos recursos naturais e dar um salto na inovação.

A CEPAL chama a atenção dos países da região para incrementarem seus poderes de negociação, aproveitando os ativos regionais e alcançando posturas comuns na agenda global em temas como: a Rodada de Doha, a mudança climática e a crise financeira. Finalmente, convoca para  fomentar um regionalismo aberto, onde se avança na provisão de bens públicos regionais, com ênfase na infraestrutura, energia, logística, transporte e iniciativas de facilitação e de financiamento do comércio intra-regional.

Ver também:

O Relatório Panorama da Inserção Internacional da América Latina e do Caribe 2010-2011 estará disponível no site da CEPAL a partir de 30 de agosto.

Para consultas, entrar em contato com a  Unidade de Informação Pública e Servicios Web da CEPAL. E-mail: dpisantiago@cepal.org ; telefone: (56 2) 210 2040.

No Brasil entrar em contato com: Pulcheria Graziani - E-mail: pulcheria.graziani@cepal.org - Telefones: (61) 3321-3232 ou (61) 3321-5494 - Celular: (61) 9976-8030

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